029 – 23 de abril – “De Canalha a Herói”, de Giovanni Bianchi
O comunista duro-na-queda e crítico de cinema Bianchi tomou o filme do
lendário cineasta [que teve o banal título de Il generale Della Rovere] para se aprofundar na questão do bem e do
mal.
O filme se passa na Gênova ocupada pelos nazistas. O anti-herói da trama
é um canalha, mesquinho e vil – mancomunado com um nazista corrupto, prendem pessoas
para extorquir suas famílias. Um dia passa dos limites e é preso. Por coincidência,
um chefe da resistência chamado Della Rovere é morto. Ninguém conhece seu rosto.
E o oficial nazista faz com que o canalha se passe por Dela Rovere, para denunciar
pessoas da resistência.
E ocorre a transformação – o farsante [fingindo ser líder dos resistentes],
passa a fingir cada vez menos e a ser líder mesmo. No final é fuzilado pelos nazistas
e se torna herói.
Em Dal Mascalzone All'eroe [o
título original da obra] Bianchi discute se isso é mesmo possível – se em cada canalha
existe a semente de um homem digno. Analisa o bem e o mal – e para tanto busca elementos
desde Sidarta até Jesus. Conclui que a resposta é dupla e dúbia: em cada canalha
existe um herói – e vice-versa. O que não deixa de ter um toque de Yin-Yang. E [termina
o autor] não precisa ser um problema, desde que decidamos que não o é.
Comentários
Postar um comentário