026 – 19 de abril – “História Geral dos Desertos”, de vários autores


As colinas de areia belas de um lugar chamado Khongoryn Els, na Mongólia [junto com as mui congruentes tenda de peles de iaque e os camelos bactrianos] forneceu o pano de fundo ideal para esse lançamento [frequentado por quase uma centena de climatologistas e historiadores da relação entre sociedade e natureza, além dos inevitáveis caçadores de exotismo].

E exotismo não falta a Tsöliin yerönkhii tüükh [História Geral dos Desertos]. Apesar da língua e do local de lançamento, não se trata de livro mongólico. De fato juntou grupo de autores nativos dos desertos do mundo – sendo o primeiro deles o deserto de Gobi, em volta do local de lançamento. O segundo deverá ser o posto de gado de Onderombapa, no deserto Kalahari na África, para versão da obra em Swahili.

Apesar de todo o hype ecológico [não de todo indevido], o principal tema da História Geral... não são as traquinagens ambientais humanas. De fato [argumenta o livro] mais que uma realidade pluviométrica [delimitada por curvas em mapas] os desertos são metáforas: alusões a uma realidade fora deles.

Desertos podem ser solidão; limpeza; recomeço; fuga; encontro e o inverso deste. No deserto o ser diminui [a consciência da pequenez]; ou aumenta [o ser enche o vazio – o que explicaria que todos os grandes fundadores de religião eram gente do deserto – Moisés, Maomé e Jesus].

E desertos são premonição – e nesses tempos de estresse climático os autores esperam que a história, por geral e confusa que seja, tenha final feliz.

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