035 – 21 de maio – “Pós-Pecado Sociedade”, de George E. Lytton-Bulwer


O óbvio pseudônimo tem levado a não poucas especulações de quem seria o autor desse pequeno paperback lançado hoje pela Divisão Livros em Profundidade da Rootledge. Pseudônimo óbvio: o autor se trata de óbvio anagrama de Edward George Bulwer, Barão de Lytton e argumentadamente o autor da pior frase jamais escrita em língua inglesa, a desastrosa “Era uma noite escura e tempestuosa” no começo de um romance seu de 1830 e que [talvez justificadamente] tem fomentado sucessivos desejos de vômito nos valentes leitores.

[Talvez surpreendentemente] Post-sin Society é bem escrito. Deslizando entre ensaio, monografia histórica e arremedos de romance [embora por vezes despenque quase para roteiro de filme erótico da-pesada] mantém uma unidade básica. Os personagens centrais Christina e Archie [às vezes autores, às vezes protagonistas] começam em uma sociedade marcada, na qual se sabia com exatidão onde se situavam mulher e homem, castidade e devassidão, guerra e paz. E terminam em mundo onde tudo é permitido-desde-que-você-queira.

Pode parecer um elogio à libertinagem e de certa forma o é, porém termina em frase final não isenta de moralismo: Antigamente tudo era proibido, e tudo era perdoado; hoje tudo é permitido e nada se perdoa - a qual, devido a sua ambiguidade, tem dado origem a mais controvérsias, o que talvez tenha sido o objetivo desde o início.

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