022 – 10 de abril – “A Vida Sexual dos Emojis”, de Hristina Ivankov
Talvez a Hemus-Dimitrov-Verlag
(Publishing House) de Sofia tenha
cometido um acerto ao inaugurar sua coleção Novos Autores dessa forma. Hristina
Ivankov só era conhecida como crooner
[de, curiosamente, bossa nova] e por meia dúzia de poemas espalhados em jornais
da cena punk da capital da Bulgária. Com
essa obra de estreia a cantoria-poetisa surpreende.
Seksualniyat zhivot na
emotikonite [A Vida Sexual dos Emojis] é mais diverso do que poderia
parecer, até pelo próprio tema. Principia em tom ensaístico, no qual a autora insiste
em que se evite quaisquer analogias com humanos – Emojis não são gente e sua
vida sexual é muito outra. Isso se torna patente quando, em intervalo com tons
de short story, a autora descreve uma
relação sexual entre eles – cheia de anagramas, mistura de desenhos, sinais sonoros
em smartphones, tudo sob a eterna
ameaça de um tilt – e só se sabe que
terminou quando a autora escreve a palavra Fim.
E é isso mesmo, segundo a aurora, é confuso mesmo para os humanos.
Confusão potencializada porque os Emojis não têm dois sexos e sim 365
[e Hristina insiste que esse total não se deve aos dias do ano, sendo mera
coincidência – embora ela mesma reconheça que muitos são semelhantes e uma classificação
mais rigorosa reduziria o total para 229].
Tal enorme diversidade faz com que qualquer relação entre os Emojis se
transforme, na prática, em uma orgia – embora isso não deva animar os fãs de literatura
picante, pois, como já se disse, eles não vão entender nada.
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