019 – 7 de abril – “As Seis Vidas de Marka”, da própria
A 2ª edição desse livro – lançada hoje na Avenida da Periferia na pequena cidadezinha de Vanves nas cercanias
de Paris promete [talvez infelizmente] ser tão mal sucedida quanto a primeira. [Pode
parecer pleonasmo e é, mas Vanves é pequenina mesmo]. O fracasso se deveu menos
aos defeitos do livro [evidentemente existentes] que às expectativas [exageradas]
em torno dele.
A protagonista [do qual o segundo nome jamais é apresentado] calca-se
obviamente na atriz sueca Marika Green. Nome talvez sem significado para a
maioria exceto para os amantes do cinema Nouvelle
Vague [que lembrarão de seu pequeno porém significativo papel em um dos
primeiros filmes de um novato chamado Bresson], e os fãs do pornô-soft [que lembrarão de seu grande
papel na primeira parte da saga Emmanuelle
– com a devida licença aos puristas por utilizar a palavra saga].
Como a senhora Marika no segundo desses filmes desfilava sua ausência
de tabus – pois não fazia absolutamente nenhuma distinção entre homens e mulheres,
para colocá-lo delicadamente – os compradores da primeira edição saíram
decepcionados com um livro metafísico sobre as realidades da vida. Em vez de
roupas íntimas a cair ao chão, o volume regurgita de aforismos sobre a
natureza, a disponibilidade e o pecado.
A única alusão que justificou algo do assédio dos leitores se refere
ao último aforismo do livro – Não se deve
ter preconceitos: deve-se tratar homens e mulheres de forma igual. Mas ver
alusões eróticas nisso talvez seja exagero.
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