013 – 31 de março – “História Geral dos Tapetes Persas”, de al-Sherazade


O improvável porém óbvio nome de Raquel al-Fatihma Isfahan al-Sherazade encima essa pequena brochura de papel grosseiro publicada hoje no mercado de Asadabad no Irã. E esse nome [por incrível] não se trata de pseudônimo. A professora al-Sherazade [da Universidade Periférica de Tabriz] escreveu uma obra que [embora não exatamente inovadora] empresta nova vida a assunto agradável - todos gostam do belo, e os tapetes persas são belos.

Não é isenta de deficiências, porém. A História Geral dos Tapetes Persas (تاریخ کلی قالی های ایرانی. no original) enfatiza demasiado dois entre as dezenas de tipos de tapetes. Um deles é o tipo Asadabad [o que explica a escolha dessa aldeia para o lançamento], e o outro o Nain.

Que a professora aprecie aquele último explica-se: os tapetes Nain possuem amáveis arabescos de rosas que fazem deles o mais apreciado presente de quinze anos no Bazar de Teerã.

Quando ao Asadabad [claramente o favorito da especialista] a explicação torna-se no mínimo mais complexa: os desenhos a se entrelaçar e repelir, a convergir para o centro sem deixar de dirigir raios para as laterais possuem [como a autora múltiplas vezes enfatiza] uma característica hipnotizante, capaz de levar o leitor a uma dimensão que não é a que vivemos.

O escritório de censura enviou dois agentes para perguntar a compatibilidade de tal teoria com os livros sagrados. A professora respondeu que nenhuma. Miraculosamente deixaram-na em paz – o que talvez aumente ainda mais a mística dos tapetes.

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