002 – 20 de março – “A Filosofia do K-pop”, de Hyung Minah


 

Lee Hyung Minah surpreende sempre.  Aos 73 anos, a mais veterana dos professores da SKKU -  Sungkyunkwan University se tornou a terceira mulher mais experiente a subir o Evereste [e deu um discreto piti ao saber que não era a primeira] e as ondas de Bali [com ela sobre uma surpreendente longboard da shaper brasileira Pastor] não são estranhas às páginas de seu Instagram [curiosamente pouco popular].

Depois de suas iconoclásticas obras 정상적인 인간이 헤겔을 이해할 없다는 것을, que pode ser traduzida como Da impossibilidade de qualquer ser humano minimamente normal entender Hegel e 존재에는 시간이 없다 O Ser não tem Tempo – esta uma refutação a Heidegger – a  vetusta estudiosa lança [direto em versão romanizada, pela Nollam Chaeg] as 199 páginas do ensaio K-pop-ui CheolhagA Filosofia do K-pop. Tarefa hercúlea [ou everestiana] diante de matéria tão pouco filosófica.

E a autora o reconhece logo na primeira linha – Diante de um clip do BTS ou do Girls Generation, me dá vontade apenas de dançar. Mas supera logo isso e descobre [debaixo dos sorrisos dos rapazes e das microssaias das garotas] angústias existenciais – desde a obsessão pela simetria [maneira de negar o tempo] a uma claridão cegante dos cenários [que a autora explica como uma vontade de cegar-se mesmo para o mundo].

A profa. Minah sintetiza o K-pop como uma grande negação do mundo – como quem diz Há algo lá fora – não o entendo – vamos dançar!” e na última linha do livro afirma que isso decididamente não consiste má filosofia.

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